Zona Euro em Agosto, 2024 Ganhos Olímpicos e Receio de Recessão Moldam o Panorama Econômico

Enquanto a Zona do Euro enfrenta uma maré de sinais econômicos distintos, o mês de agosto é um período de oportunidade e cautela. A economia francesa recebeu um impulso temporário com os Jogos Olímpicos de Paris, mas as dificuldades persistem, especialmente no setor da produção. Entretanto, o setor privado da Alemanha continua em contração, aprofundando o receio de uma recessão. Em vários países da Zona do Euro, um modesto crescimento nos serviços contrasta com o declínio industrial, destacando uma recuperação frágil. Em este ambiente complexo, os bancos centrais têm pela frente decisões importante sobre suas taxas de juros, com pressões inflacionárias e incertezas econômicas que moldam o trajeto.

Em agosto de 2024, a economia francesa registrou seu crescimento mais alto desde março de 2023, provocado por uma expansão robusta no setor dos serviços. O Flash PMI Composto do HCOB para a França aumentou para 52,7, indicando o primeiro mês de expansão econômica desde abril. Este crescimento foi alimentado pelo aumento de atividade no setor dos serviços, especialmente em associação aos Jogos Olímpicos de Paris. Em contraste, o setor industrial continua a apresentar o declínio mais acelerado em quatro anos, com menos encomendas efetuadas nas fábricas.

Apesar de alguns números positivos, as condições econômicas subjacentes continuam frágeis na França. O emprego no setor privado diminuiu pela primeira vez desde janeiro, com a redução contínua no número de novas encomendas. O otimismo sobre o crescimento no futuro também desceu para o seu nível mais baixo em um ano, refletindo algumas preocupações sobre a incerteza política, desafios do mercado imobiliário e taxas de juros elevadas. Adicionalmente, apesar do alívio da pressão sobre os custos, os preços cobrados por bens e serviços aumentaram ao ritmo mais veloz desde janeiro.

No geral, o impulso dos Jogos Olímpicos pode ser temporário, com problemas mais profundos no setor industrial e desafios econômicos mais abrangente que podem surgir nos próximos meses.

Em agosto de 2024, o setor privado da Alemanha permaneceu em contração, registrando um segundo mês de redução na atividade empresarial, segundo o Flash PMI do HCOB para a Alemanha. O PMI Composto caiu para 48,5, representando uma mínima de cinco meses e revelando a fragilidade nos setores dos serviços e produção industrial. O setor de manufatura continua se arrastando, com uma queda acentuada no número de novas encomendas, especialmente provenientes do estrangeiro. A atividade nos serviços também diminuiu, crescendo ao ritmo mais lento desde março.

O emprego no setor privado registrou sua maior queda em quatro anos, refletindo o otimismo reduzido das empresas sobre seu futuro, enfrentando as incessantes incertezas econômicas e geopolíticas. Apesar do alívio sobre os custos, especialmente no setor dos serviços, os preços dos bens e serviços aumentaram ao ritmo mais acelerado em seis meses.

A perspectiva geral para a Alemanha permanece incerta, com uma recessão cada vez mais provável no setor industrial e sinais de fragilidade que começam afetando o setor dos serviços, tipicamente resiliente. A recuperação projetada para a segunda metade do ano ainda não se materializou, aumentando o receio sobre uma possível recessão enquanto a economia lida com a queda da demanda e aumento da incerteza.

Em agosto de 2024, a atividade empresarial na Zona do Euro apresentou um modesto aumento, principalmente provocado pelos números sólidos do setor dos serviços, especialmente na França, impulsionada temporariamente pelos Jogos Olímpicos. O Flash PMI Composto do HCOB para a Zona do Euro aumentou para uma máxima de três meses de 51,2, indicando uma ligeira aceleração no ritmo de crescimento. No entanto, o panorama econômico permanece débil, com um declínio contínuo no número de encomendas e estagnação no emprego em toda a região.

O setor da produção na Zona do Euro continua em contração, assinalando o sétimo mês consecutivo de declínio. Embora o setor dos serviços tenha crescido, especialmente na França, o setor dos serviços na Alemanha apresentou alguns sinais de abrandamento. A confiança entre as empresas caiu para seu nível mais baixo em 2024, refletindo preocupação sobre o futuro, especialmente enquanto se dissipa o impulso temporário na França, associado aos Jogos Olímpicos.

Apesar do alívio da pressão sobre os preços, particularmente no setor dos serviços, as empresas aumentaram seus preços de venda ao ritmo mais acelerado desde abril, indicando a persistência da pressão inflacionária. O Banco Central Europeu (BCE) pode encontrar algum conforto no abrandamento da inflação, que irá provavelmente justificar uma nova redução das taxas de juros em setembro.

Em um recente relatório da Bloomberg, Olli Rehn, membro do Conselho do Banco Central Europeu (BCE), salientou os riscos presentes no panorama econômico da Europa, sugerindo que estes desafios justificam um corte sobre as taxas de juros durante a próxima reunião do BCE em setembro. Apesar do progresso conquistado para reduzir a inflação do seu auge de 2022, Rehn destacou a preocupação incessante com a fragilidade do setor industrial e a incerteza econômica. Os mercados antecipam pelo menos dois cortes até ao final do ano.

Nas últimas atas da reunião do FOMC, a maioria dos membros acredita que, se os dados econômicos continuarem a corresponder às expectativas, uma redução das taxas de juros na próxima reunião seria adequada. Os mercados já ponderam uma redução de 25 pontos base para setembro. No entanto, os membros salientaram que uma subida significativa na inflação ou crescimento pode alterar a decisão. O consenso é influenciado por dois fatores: progresso substancial em direção à meta de inflação de 2% e receios sobre o abrandamento do crescimento econômico indicado pelos dados do mercado de trabalho. Embora exista confiança na redução continuada da inflação, o FOMC permanece cauteloso, evitando o compromisso a um plano de longo prazo para a trajetória das taxas de juros, até observar os resultados concretos da primeira redução. Apesar da preocupação, especialmente sobre os dados do mercado de trabalho, o sentimento geral aponta para um corte dos juros em setembro, com possíveis cortes adicionais no futuro.

Desde sua fase de consolidação em junho, o EURUSD subiu mais de 4,5%, com possíveis preços-alvo superiores ao nível psicológico de 1,1200. Especificamente, se o mercado mantiver o ímpeto positivo, o EURUSD pode escalar até aos 1,12207, 1,14333 e 1.14992. As Médias Móveis Exponenciais de 20 e 50 períodos e o Oscilador de Ímpeto (Momentum) indicam a continuidade da tendência de alta. No entanto, o Índice de Força Relativa (RSI) entrou em território de sobrecompra acima dos 70. Se os vendedores tomarem o controle sobre o mercado, as seguintes linhas de suporte podem ser relevantes: 1,10799, 1,10080 e 1.09475.

Existe alguma disparidade entre os sinais econômicos da Zona do Euro, com um impulso temporário na França, alimentado pelos Jogos Olímpicos, especialmente no setor dos serviços. No entanto, os desafios permanecem no setor industrial. A economia alemã está em apuros, com uma forte contração do seu setor privado e aumento do receio sobre uma fase de recessão. Em vários países da Zona do Euro, um modesto crescimento nos serviços contrasta com o declínio industrial, indica uma recuperação frágil. Os bancos centrais terão que tomar decisões importantes sobre suas taxas de juros, tentando equilibrar as pressões inflacionárias com as incertezas econômicas. O Banco Central Europeu (BCE) está considerando reduções sobre suas taxas de juros, enquanto a Reserva Federal dos EUA também começa a pender para o lado dos cortes em resposta aos recentes dados econômicos. A taxa de câmbio EURUSD demonstra potencial para aumentos adicionais, mas é necessário ter cuidado, devido à volatilidade do mercado.