Petróleo dispara com redução dos inventários, mas preocupações sobre a oferta global excessiva toldam o horizonte

Foi uma semana bastante turbulenta para os mercados do petróleo com o declínio inesperado nos inventários dos EUA, alimentando a subida dos preços e indicando a recuperação da demanda interna. O Brent subiu para $74,13 por barril, enquanto o WTI aumentou para $70,56. Em simultâneo, a OPEP+ sugeriu adiar os aumentos do nível de produção para equilibrar as projeções débeis sobre a demanda, especialmente em clima de preocupação centrada na fragilidade econômica da China. No entanto, um recente relatório do World Bank projeta um possível excedente de petróleo em 2025-2026, que pode adicionar alguma pressão sobre o mercado. Com a redução dos estoques e abrandamento da produção nas refinarias, o mercado está atento aos principais níveis de suporte e resistência, juntamente com o impacto dos dados econômicos dos EUA, possíveis cortes das taxas de juros da Reserva Federal e desenvolvimento dos conflitos no Oriente Médio, que irão moldar as futuras tendências no mercado.

Os preços do petróleo subiram nos mercados globais enquanto os estoques diminuíram inesperadamente nos EUA, indicando uma forte demanda nacional. O Brent subiu para $74,13 por barril e o WTI aumentou para $70,56 na data de redação deste artigo. O Instituto Americano de Petróleo reportou um decréscimo de 573.000 barris nos estoques de petróleo dos EUA, em contraste com as previsões que indicavam um aumento de 2,3 milhões de barris.

Um relatório do World Bank projeta um possível excedente em 2025-2026, que pode provocar uma queda nos preços. Os dados econômicos dos EUA e reduções das taxas de juros da Reserva Federal vão influenciar a demanda, enquanto as tensões no Oriente Médio continuam levantando preocupações sobre a oferta disponível. No entanto, o receio associado a possíveis interrupções na cadeia de abastecimento é cada vez menor, e o ponto central de preocupação é a diminuição do nível de procura e o excedente projetado para o próximo ano.

O nível de produção nas refinarias de petróleo norte-americanas foi de 16,1 milhões de barris por dia, em média, durante a semana que terminou a 25 de outubro de 2024, operando a 89,1% da sua capacidade. A produção de gasolina e destilados foi reduzida, enquanto as importações de petróleo caíram para 6 milhões de barris por dia, representando um decréscimo de 456.000 barris em comparação com a semana anterior. O volume de petróleo comercial em estoque foi reduzido em 0,5 milhões de barris, para 425,5 milhões, 4% abaixo da média de cinco anos. Também foi observado um declínio nos estoques de gasolina e destilados, e os inventários totais de petróleo caíram para 9,5 milhões de barris. O volume total de produtos fornecidos aumentou para 20,9 milhões de barris por dia ao longo das últimas quatro semanas, representando uma subida interanual de 2,7%.

Os preços do petróleo WTI foram suportados pela decisão da OPEP+ em adiar os aumentos planejados para a produção, para contrabalançar a fragilidade da demanda global, especialmente da China. A intensificação de produção do grupo, inicialmente definida para outubro, iria adicionar gradualmente 2,5 milhões de barris por dia até ao final de 2025. Entretanto, os dados dos inventários dos EUA demonstraram decréscimos inesperados no petróleo bruto (-515.000 barris), gasolina (-2,7 milhões de barris) e destilados (-977.000 barris), sugerindo força no mercado. Os dados positivos do PMI da China também contribuíram para a subida dos preços, empurrando os futuros do WTI para um nível superior a $69,00. Entretanto, as possíveis negociações de cessar-fogo no Oriente Médio podem influenciar o sentimento do mercado e a direção dos preços.

Após atingir uma baixa recente de $66,75 por barril, após um gap técnico descendente, o petróleo bruto iniciou uma correção de alta, com um padrão Bullish Engulfing formando duas altas sucessivas até à data de redação deste artigo. Os preços estão atualmente abaixo das Médias Móveis Exponenciais (EMAs) de 20 e 50 períodos, indicando uma pressão negativa contínua. Após uma análise mais detalhada, conseguimos observar a estabilização das linhas das médias móveis, sugerindo uma possível pausa no ímpeto direcional. Adicionalmente, o Oscilador Momentum e Índice de Força Relativa (RSI) indicam valores inferiores aos níveis de referência de 100 e 50, respetivamente, confirmando a tendência de baixa. Se os vendedores mantiverem o controle sobre o mercado, os traders podem se focar nos seguintes níveis de suporte: 66,75, 65,07 e 56,91. Inversamente, com uma investida dos touros, os níveis de resistência foram projetados nos 72,45, 73,96 e 76,44.

Concluindo, os mercados internacionais do petróleo estão inseridos em um cenário complexo, definido pelo decréscimo dos estoques nos EUA, atrasos na normalização de produção da OPEP+ e tensões no Oriente Médio, que contribuem para a subida dos preços, embora o excedente previsto para os próximos anos levante alguma preocupação. Com o papel vital dos dados econômicos dos EUA e China, os participantes do mercado estão bastante atentos aos principais níveis técnicos e desenvolvimentos geopolíticos para avaliar a futura direção desta commodity essencial. A dinâmica entre estes fatores destaca a sensibilidade do mercado a quaisquer alterações nas previsões sobre a demanda e oferta.