Em respostas às crescentes preocupações sobre o menor nível de procura global pelo petróleo, a Arábia Saudita reduziu o preço de seu petróleo bruto Arab Light para os clientes asiáticos, com um desconto de $0,70 por barril. O corte foi implementado após uma queda nos preços globais do petróleo, devido a previsões mais pessimistas sobre a demanda e letargia econômica.
Com a OPEP+ adiando a aceleração do nível de produção e a China transitando para soluções de energia renovável, a Arábia Saudita também reduziu os preços para a Europa e América do Norte, indicando o receio generalizado no mercado. A análise técnica sugere um percurso bearish para os preços do petróleo, embora os principais níveis de suporte e resistência possam oferecer oportunidades ao longo da evolução das condições do mercado.
Arábia Saudita Corta Preços do Petróleo com Receio da Demanda Global
A Arábia Saudita reduziu o preço do barril de petróleo bruto Arab Light por $0,70 para compradores asiáticos, refletindo as preocupações presentes sobre o enfraquecimento da demanda na região. A redução é pequena, aquém da previsão de $0,85. O reino saudita implementou esta redução após a recente queda dos preços do petróleo, com a ajuda do receio provocado pelo menor nível de procura global, especialmente na China. Apesar de a OPEP+ ter adiado seus planejados aumentos no nível de produção, as exportações da Arábia Saudita podem permanecer abaixo dos 6 milhões de barris por dia. Os preços também foram reduzidos para a Europa e América do Norte, sinalizando preocupações mais amplas sobre a demanda global e margens de lucro nas refinarias.
Adoção de Energias Renováveis na China e Lentidão Econômica Abranda Crescimento da Demanda de Petróleo
A mudança do panorama energético na China para soluções mais “verdes” e o crescimento econômico mais lento começam a reduzir o consumo de petróleo. Segundo a investigação dos analistas da Goldman Sachs, a demanda da China diminuiu significativamente, de 500.000 a 600.000 barris por dia, antes da pandemia de COVID-19, para aproximadamente 200.000 no presente, principalmente devido à substituição de caminhões a diesel por motores movidos a gás natural liquefeito (GNL). Esta transição energética e debilidade econômica estão reduzindo a demanda pelo petróleo no maior importador do mundo. A pressão descendente sobre os preços do petróleo, observada desde o início do ano, foi provocada pela diminuição da procura na China e planos de fornecimento da OPEP+.
Preços Globais do Petróleo Sob Pressão
Os dados econômicos da China referentes ao mês de agosto revelaram um declínio significativo no setor manufatureiro, atingindo uma mínima de seis meses, com números fracos no nível de novos pedidos de exportação. A presente letargia da economia, que começou após o colapso da Evergrande, juntamente com o crescimento mais lento do mercado de trabalho americano em agosto, reduziram o nível de procura global de petróleo. A Líbia retomou parte das suas atividades domésticas de produção de pressão, adicionando pressão sobre os preços, enquanto o salário médio por hora nos EUA aumentou ligeiramente acima das previsões, reforçando as preocupações sobre o abrandamento econômico. Apesar destes fatores, a OPEP+ decidiu adiar a aceleração do nível de produção e os inventários de petróleo dos EUA revelaram um decréscimo inesperado, oferecendo algum suporte aos preços. As incertezas geopolíticas, incluindo as eleições presidenciais dos EUA e tentativas de cessar-fogo em Gaza, também influenciam o sentimento do mercado.
Análise Técnica e Alvos de Preço
A tendência de baixa no petróleo começou a 5 de julho, com a formação de um padrão de reversão bearish no gráfico de velas japonesas, conhecido como “Shooting Star” (“Estrela Cadente”). Em seguida, foram identificados vários padrões de reversão nos gráficos de preços, intensificando o ímpeto descendente. Notavelmente, a alta da tendência de 83,09 não conseguiu exceder a máxima anterior e provocou a queda para a mínima de 80,46 a 16 de julho, cimentando a base para a tendência negativa.
Adicionalmente, as Médias Móveis Exponenciais (EMA) de 20 e 50 períodos se cruzaram, formando um forte sinal bearish conhecido como “Cruz da Morte” na análise técnica. O Oscilador de Ímpeto (Momentum) e o Índice de Força Relativa (RSI) suportam a tendência bearish do petróleo, com valores inferiores a 100 no indicador de Momentum e acima dos 50 no RSI.
Através das Extensões de Fibonacci em diferentes movimentos (swings) no gráfico, foram calculados três possíveis alvos de suporte nos 66,67, 61,88 e 58,57.
Por outro lado, se o petróleo conseguir recuperar de suas mínimas, existem três níveis de resistência que podem ser relevantes: 71,55, 74,67 e 77,75.
Conclusão
A decisão tomada pela Arábia Saudita para reduzir os preços do seu petróleo reflete o aumento das preocupações sobre o nível de demanda global, especialmente enquanto a China aumenta suas soluções de energia renovável e o mundo enfrenta um cenário de estagnação no crescimento econômico. Juntamente com os dados mais fracos no mercado de trabalho dos EUA, a retomada da produção de petróleo na Líbia e as restantes incertezas econômicas mundiais, os preços do petróleo continuam sob pressão. A análise técnica suporta as previsões bearish, mas os níveis de suporte e resistência identificados podem oferecer oportunidades vantajosas para os traders, enquanto os mercados reagem à mudança na dinâmica da oferta e procura.